Viajar usando milhas pode tornar a sua viagem ser muito mais econômica. Todavia, esse não é o único benefício proporcionado por essa operação. Apesar de ser algo muito lucrativo, as companhias aéreas não veem com bons olhos essa transação e estão tomando medidas para dificultar a sua ocorrência. Nesse sentido, a LATAM anunciou mudanças na emissão de passagens com milhas aéreas, continue a leitura para entender o que foi decidido!
O comércio de milhas é uma boa opção tanto para quem deseja vendê-las quanto comprá-las. Contudo, as alterações feitas pela LATAM estão se espalhando por outras companhias aéreas, podendo afetar muitas empresas que trabalham nesse setor.
Por isso, entenda as principais mudanças e como contornar essa situação.
Principais mudanças na Latam
A Latam foi a primeira companhia aérea a anunciar as mudanças do regulamento de seu programa de milhagens e pontos.
Em maio de 2018, a empresa encaminhou informativos por email para todos os participantes de seu programa de fidelidade Multiplus com as principais mudanças, pegando muitos de surpresa e interferindo diretamente na utilização de milhas para emissões de passagens
Um das medidas impõe um limite de quantidade de beneficiários diferentes de resgate de passagens utilizando pontos. O CPF inscrito no programa Multiplus pode resgatar passagens com pontos para até 25 pessoas diferentes a cada 12 meses. Esta regra começou a vigorar a partir de 09 de agosto de 2018. Para entender como esse limite funciona de um modo mais aprofundado, veja este outro post.
A outra medida determina uma punição para os participantes do programa que infringirem as regras do regulamento (inclusive se ultrapassar o limite de emissões para pessoas diferentes).
O usuário poderá ter sua participação no programa de fidelidade suspensa por seis meses, com bloqueio total de sua conta neste período. Também está prevista a exclusão do usuário do programa, com cancelamento da conta e dos pontos de quem for reincidente na transgressão ou infringir as regras utilizando de má fé, fraude ou ardil para o acúmulo de pontos.
O regulamento do programa também veda a comercialização de pontos ou milhas, impedindo que este tipo de comércio continue, e promovendo penalidades severas como as citadas acima.
E as outras companhias aéreas?
Outras empresas e companhia aéreas estão seguindo o modelo novo proposto pela Latam e também estão com mudanças prontas em seus regulamentos com o propósito de limitar e dificultar a emissão de passagem para pessoas diferentes e o comércio de milhas. Algumas já implantaram as novas regras, como por exemplo, a Azul.
No caso da Azul, as regras entraram em vigor em dezembro de 2018, também impondo um limite para a emissão de passagens para terceiros. O limite do programa de fidelidade da Azul é a emissão de passagens para 20 pessoas diferentes usando milhas a cada 12 meses. Também está prevista a suspensão do usuário ou a exclusão do programa caso sejam constatadas infrações das novas regras, mas ainda não foram divulgados os prazos de suspensão.
A Gol também está com as mudanças no seu regulamento engatilhadas, com previsão de implantação em março de 2019. Pelas novas regras da companhia, o limite também é de 25 emissões para pessoas diferentes por CPF, no período de janeiro a dezembro do mesmo ano.
Esta é a principal diferença das regras do programa de fidelidade da Gol em relação às outras companhias, o limite de emissões zera no início de cada ano. Isso torna um pouco mais fácil de controlar o número de emissões, dano um pouco mais de flexibilidade ao usuário.
Qual o impacto destas mudanças para quem compra e vende milhas?
Para as empresa que trabalham com milhas, estas medidas podem burocratizar as operações, pois gera a necessidade de alguns controles e mudanças no gerenciamento das milhas e dos usuários.
Os limites no número de emissões de passagens para terceiros gera a necessidade de um controle próximo sobre as emissões realizadas para cada CPF com milhas disponíveis.
Outro impacto está relacionado ao número de fornecedores de milhas. As empresas precisarão aumentar o número de usuários que fornecem suas milhas, com o objetivo de pulverizar as emissões de passagem em vários usuários.
Pessoas que acumulam muitas milhas com o objetivo de vendê-las sentirão um maior impacto do que usuários que vendem suas milhas eventualmente, pois não será possível exceder os limites de emissões do programa, sob pena de suspensão ou cancelamento. Desta forma, os grandes acumuladores de milhas poderão ser prejudicados.
Quanto aos controles que serão necessários, outro ponto importante é o controle das datas de emissão de passagens. É preciso controlar a data em cada CPF, principalmente a data de emissão da última passagem emitida dentro do limite permitido. Após um usuário atingir o limite de emissões, é preciso controlar quantos dias faltam para que este usuário possa emitir passagens novamente.
Cancelamento de passagens é um medo real
O cancelamento de passagens é outro ponto crítico, que deve ser evitado e controlado. Após a emissão a passagem constará na cota de emissões de um usuário mesmo que ocorra o cancelamento da mesma. Não há estorno dentro do programa de milhagens e ela contará no limite de emissões apesar de não utilizada.
Todos estes itens geram a necessidade de controles de vários pontos, para que não hajam problemas de bloqueio de usuários. Estes controles podem ser muito complexos, dependendo do número de usuários envolvidos e do volume de passagens emitidas.
Outro impacto destas mudanças já pode ser percebido no valor da tarifa relativa às milhas. As milhas Latam custavam cerca de R$ 22,00 a cada 1.000 milhas para compra e R$ 28,00 para a venda. Atualmente, o valor de compra gira entre R$ 28,00 a R$ 31,00 e o valor de venda pula para R$ 40,00. O aumento é bastante significativo e afeta diretamente as operações com milhas.
Como é possível observar, estas mudanças trarão um grande impacto para as operações, requerendo organização e controle muito apurados.
Fique por dentro das mudanças nos programas de milhagem. Continue conosco e saiba como usar suas milhas da melhor maneira.